Tratamento de Esgoto

O tratamento dos esgotos consiste na remoção física, química ou biológica dos poluentes e microrganismos de forma a atender aos padrões de saúde e qualidade ambiental definidos na Resolução CONAMA nº 357/2005 (alterada pela Resolução CONAMA nº 430/2011), permitindo que o efluente final seja disposto adequadamente no ambiente, sem causar prejuízos,

Esse tratamento é realizado nas chamadas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) e o tipo de tratamento varia de acordo com o tipo de efluente a ser tratado e da classificação do corpo de água que irá receber esse efluente, de acordo com a Resolução CONAMA 20/86.

Na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), o esgoto passa por um, dois, três ou quatro estágios de tratamento, antes de ser lançado ao corpo d’água de destino final. São eles:

1º estágio: Tratamento preliminar: são utilizadas grades, peneiras e/ou caixas de areia com o objetivo de reter os sólidos grosseiros e areia e impedir que haja danos às próximas unidades de tratamento.

2º estágio: Tratamento primário: tem a função de remover os sólidos flutuantes (graxas e óleos) e os sólidos em suspensão sedimentáveis e, em decorrência, parte da matéria orgânica, por meio de mecanismos de ordem física. O esgoto flui vagarosamente em um conjunto de reservatórios ou tanques, permitindo que os sólidos em suspensão de maior densidade sedimentem no fundo, de modo que os sólidos sejam separados.

3º estágio: Tratamento secundário: tem a função de remover a matéria orgânica e parcialmente os nutrientes (nitrogênio e fósforo), através de processos biológicos. O esgoto segue, inicialmente, para tanques de aeração, onde as bactérias aeróbias auxiliam na destruição das impurezas; e, em seguida, segue para o tanque de decantação, responsável pela separação dos sólidos em suspensão presentes no reator, permitindo a saída de um efluente clarificado

4º estágio: Tratamento terciário: tem como finalidade a remoção complementar da matéria orgânica e de compostos não-biodegradáveis, de nutrientes (nitrogênio e fósforo), de poluentes tóxicos e/ou específicos de metais pesados, de sólidos inorgânicos dissolvidos e  sólidos em suspensão remanescentes, e de patogenias por desinfecção dos esgotos tratados.

Exemplo de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)

 

Nas localidades desprovidas de rede pública de esgoto, faz-se necessária a implantação de sistemas individuais de tratamento, como o sistema composto por tanque séptico (fossa) e filtro anaeróbio.

O efluente chega ao tanque séptico, onde começa seu processo de tratamento ao passar por uma manta de lodo formado com a retenção e passagem do próprio efluente pelo tanque, com a depuração e redução da carga orgânica.

Em seguida, o efluente segue para o filtro anaeróbio, composto por leio filtrante de brita. O filtro anaeróbio consiste em um reator biológico onde o efluente é depurado por meio de microorganismos anaeróbios, dispersos tanto no espaço vazio do reator quanto aderidos nas superfícies do meio filtrante. Ao receberem os despejos contendo matéria orgânica, iniciam o processo de digestão anaeróbia.

A disposição final do efluente tratado varia de acordo com as características e exigências de cada local, podendo ser valas de infiltração, sumidouros, galerias de águas pluviais, corpos d’água, dentre outros.


Exemplo de sistema de tratamento de esgoto doméstico 

 

Deve-se lembrar que o sistema fossa-filtro deve ser desativado quando a ligação predial for efetuada. Os esgotos devem chegar “in natura” na estação de tratamento.